• Paulo Freire entrevistado no programa 'Matéria Prima' da TV Cultura
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    Educação informal, uma educação que não sendo antagônica a educação formal, a essa que a escola deve dar, ela pode, porém, complementar a educação que se dá dentro da escola. Eu participei de algumas dessas experiências de educação informal dentro do Brasil e fora do Brasil. Ontem, muito ontem, relativamente hoje, de uma dessas experiências eu me lembro agora, mas faz muito tempo, foi antes do exílio ainda, eu dirigia na universidade então chamada do Recife, hoje Federal de Pernambuco, eu dirigia o que a gente chamava lá de serviço de extensão cultural, eu me lembro que ofereciamos uma série de cursos informais a jovens como vocês sobre realidade brasileira, sobre democracia, sobre socialismo, isso foi nos anos 60, com uma presença enorme de jovens. O que foi interessante é que aqueles cursos que nós dávamos aos jovens alunos de cursos secundário, terminaram por provocar seus professores a nos procurar também, porque os jovens começaram a fazer um tipo diferente de pergunta aos professores no ginásio de que eles participavam, e os professores tinham dificuldade de responder e os jovens estavam ganhando um tipo de conhecimento mais rigoroso do que os professores deles. Então os professores também nos procuraram e nós passamos a dar cursos informais a eles também. Eu acho que isso é um direito nosso, dos jovens como dos velhos também, dos velhos que não se deixam envelhecer, o direito de continuar conhecendo, o direito de continuar curioso.
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