• Entrevista com Paulo Freire para o Diário de Pernambuco
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    A minha posição pessoal é a seguinte é imperioso que nos preocupemos com isso. Quer dizer, isso significa inversão, investir em educação. Quer dizer, eu estou absolutamente convencido disso, ou o Brasil leva a sério profundamente a questão da Educação Nacional ou o Brasil corre o risco de nem sequer poder iniciar tentativas de uma medíocre resposta aos desafios tecnológicos que estão aí diante nós. A tecnologia ou as revoluções tecnológicas não vão parar simplesmente por que os governos brasileiros não têm se preocupado em investir em educação para o povo brasileiro. As revoluções tecnológicas não vão dizer "vamos parar aqui um ano à espera que o povo brasileiro, o governo brasileiro ou os governos brasileiros levem a sério isso". De jeito nenhum vai haver essa coisa. Quem não entrar na luta para ficar tanto quanto possível em dia com os desafios que a tecnologia moderna apresenta perde o bonde da história. Eu acho que nós já temos perdido muitos bondes e não podemos estar perdendo mais. Agora evidentemente que para mim isso não é uma questão puramente tecnológica. Não é a questão, como eu coloco, é o meu sonho não tem nada que ver com o sonho pragmático de neoliberais. Quer dizer, o grande problema estaria apenas na capacitação tecnológica, técnica e científica dos educandos sem nenhuma preocupação com a própria presença nossa no mundo. Quer dizer a minha preocupação é muito política e ela é exatamente a visão política da própria revolução tecnológica que me move. Mas o que é preciso deixar bem claro é que não é mais possível perder tempo sem seriamente investir na educação do povo brasileiro.
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