• Encontros com Paulo Freire
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    A política dominante pode variar um pouco em função da cor de quem chegou ao governo. Exemplo, indiscutivelmente, que a política dominante durante todo regime militar no Brasil não estava a favor e nem estava aí para atender as massas populares brasileiras. Era uma política dominante mesmo de grupo dominante, de classe dominante, mas exercitada de uma maneira rigidamente autoritária reacionaríssima. Se você hoje se pergunta em torno da política, do governo brasileiro hoje você tem que honestamente reconhecer que, na verdade, a política geral do governo é uma política de classe dominante, no fundo, é uma política de classe dominante. Você não pode comparar é a forma de comportamento, de orientação dessa política hoje e anterior, entende. Hoje você tem uma política de classe dominante de corte liberal, onde você tem uma certa ambiguidade, você encontra faixas do governo mais para direita, faixas do governo mais no centro, faixas do governo com um sonho pelo menos um pouco mais à esquerda do centro, entende. Ora, esse é um momento eu em que o espaço político cresce, você tem muito mais áreas, se eu pudesse usar uma expressão mais simbólica, você tem muito mais ruas, tem muito mais praças, muito mais campos para andar politicamente do que você tinha antes.
  • Compilado de falas de Paulo Freire enquanto Secretário de Educação
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    Uma das preocupações de uma classe social dominante, de uma classe social dominante que domina uma nação que invade a outra, que caracteriza exatamente a invasão imperialista, colonialista. Uma das primeiras preocupações do colonizador é exatamente destruir e negar, dificultar a possibilidade de o colonizado se reconhecer como tal. Quer dizer, não como colonizado, mas se reconhecer como gente. Quer dizer, uma das preocupações da política do dominador é acabar, nunca consegue, mas sempre tenta, é acabar com a identidade cultural.
  • Paulo Freire conversa com americanos acompanhado por Myles Horton.
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    Quando você me pergunta sobre a interação das classes opressoras, dominantes, primeiro de tudo, eles não se sentem opressores. As classes dominantes são as classes dominantes, eles não podem libertar eles mesmos, é muito fantástico para mim, eles não podem se libertar de serem opressivos. Isso porque oprimir é a principal razão de viver para eles. Se não houver mais opressão, não tem mais exploração, eles não irão mais se reconhecer.
  • Paulo Freire conversa com americanos acompanhado por Myles Horton.
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    O que quero enfatizar é que é impossível a conversão da classe dominante como tal. Mas não significa, entretanto, que não podemos ter indivíduos pertencentes a classe dominante os quais fazem dele/dela ideia de conversão. Individualmente é possível, mas não com uma classe.
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