• Entrevista de Paulo Freire à TV Itália
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    Os alunos estão socialmente experimentando-se em um contexto que pertence a todos, e não a eles só. Aí você vai encontrar diferenças individuais. Mas se você for trabalhar em uma alfabetização numa área da periferia de São Paulo, por exemplo, o universo da linguagem não pertence a um só.[Entrevistador]: Mas a todos eles. [Paulo Freire]: A todos eles, dentro de um contexto de classe, por exemplo, de classe social então a tese minha, porque eu me bato sempre, é de que não cabe as professoras, por mais competente que sejam e aos educadores, dentro de um gabinete escolher as palavras com que começar o exercício do aprendizado da leitura e da escrita, mas cabe pelo contrário, compreender, apreender a linguagem, a estrutura do pensamento do grupo que se vai trabalhar. Esse é o ponto de partida.
  • A dimensão pedagógica da produção científica
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    Uma educadora que alfabetiza um menino no Araguaia pegando a palavra canoa, e outra que alfabetiza o menino aqui no Pacaembu teria que necessariamente levar em conta esses dois universos de experiência que estão constituindo a linguagem dos dois. A palavra canoa se escreve do mesmo jeito, mas no fundo ela tem em certo momento essa diversificação semântica. As duas chegam ao conhecimento em certo sentido canoa é canoa cá e no Araguaia. Mas, é que isso não basta para compreender a canoa. A canoa é percebida ou entendida exatamente quando a gente percebe também o universo que conota a palavra, então a partir daí é realmente impossível separar linguagem e pensamento do mundo.
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