• Paulo Freire em aula na PUC-SP com o Grupo Banzo
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    Vocês têm alguma experiência disso, todo mundo começou a rir. Então, disse não foi assim. Como começaram a falar os filhos de vocês?! Aí, disseram: –Mama, Papa. Eu disse você sabe o que quer dizer isso mama, papa?! Não. Eu digo, olhe, isso é o seguinte, quando o menino diz mama, no fundo ele tá dizendo outras coisas que a gente precisa de certa maneira muito astutamente, muito inteligentemente traduzir, porque na verdade o discursinho dele não parou na mama não está faltando a ele ainda é a estrutura do que está se montando e que possibilite que ele diga: Mama, agora eu tenho sede. É isso. Mas como esse treco está oculto e há ‘n’ hipóteses, por exemplo, mamãe me molhei, mamãe tenho sede, mamãe tenho fome, são várias hipóteses de afirmação do menino que estão escondidas, cabe a mamãe com sua prática, com sua quase adivinhação e o papai também ir descobrindo a tradução do mamãe. Aí, eu tenho uns caras por aí que vivem estudando isso e que chama isso de sentença monopalavra, quer dizer, que só tem uma palavra. Quer dizer, é uma sentença toda que gira em torno de uma só palavra. Aí disse, se o ser humano começa a falar assim é ou não é uma violência convida-lo depois para aprender a escrever e a ler, partindo da letra que o treco mais mínimo que a gente tem.
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