• Leitura do Mundo, Leitura da Palavra
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    A única coisa que eu acho que se poderia fazer aqui agora é, primeiro, é ver em que altura do ponto de vista da capacidade para ler e escrever se encontra um certo adulto, num certo momento. Segundo, é preciso que o adulto, vou falar só nele aqui, que aprenda a escrever e aprenda a ler, que seja tanto quanto possível o sujeito mesmo do aprendizado e da sua leitura, e da sua escrita. Quer dizer que, nesse processo, não haja nenhuma separação entre ler e escrever. Há uma marca entre nós, não só entre nós, já que tem muita gente brasileira. Há uma marca que a escola nossa não conseguiu superar ainda, a não ser por exceções, que é a de tomar a escrita e a leitura em momentos diferentes, como se fossem coisas muito diferentes. E o que eu quero dizer é que não é possível ler sem escrever e escrever sem ler, quer dizer, no próprio momento em que a pessoa começa a dominar técnicas de escrever a palavra, que nem sempre é o som, é preciso, então, que não separe o momento da escritura, do momento da leitura. Até isso eu tenho encontrado em universidades, entre mestrandas, doutorandas, doutorandos da pós-graduação universitária. Às vezes com uma dificuldades enorme de escrever a tese e com uma certa facilidade de entender os textos. Lê os textos que a gente sugere, mas não escreve. É que não conseguiu ainda ultrapassar um certo defeito de aprendizagem que vem da infância, que separou leitura de escrita. Quer dizer, era preciso que, nesse caso concreto, que se tentasse uma unidade maior entre a experiência do homem ou da mulher ao ler e ao escrever pra ver se as duas coisas não se apresentam de forma muito diferente pra ele ou pra ela.
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