• Seminário 'Reflexão sobre processo metodológico de alfabetização'
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    Quando a gente descobre a implicação da cultura na alfabetização depois de ter feito sentido a coisa óbvia de que ela não é neutra, é política então a gente é levada, necessariamente, a questão da memória, quer dizer, tanto é que eu sei, como é que eu guardo o que eu sei. Uma cultura de memória preponderantemente oral como é a nossa significa que ela tem pouca experiência da leitura da palavra, quer dizer, ela tem uma experiência riquíssima da leitura do mundo a um certo nível desta leitura e que necessariamente nessas culturas de memória oral o que está acontecendo é que na elite do poder econômico, cultural e político essa elite domina a leitura da palavra e essa elite, você pode concluir isso quando você chega a uma cultura e percebe que ela tem uma memória oral você pode saber que essa sociedade está num estágio de briga em que uma elite pequena, classe dominante mínima comanda a leitura da palavra e distancie cada vez mais as classes populares da possibilidade de adquirir a possibilidade de ler a palavra. Aí cabe as massas populares exercitar a capacidade de memorizar e de contar as histórias que se dão através da oralidade apenas. Romper com isso não é fácil porque uma cultura de memória oral não passa automaticamente não muda sua memória por decreto, porque a memória tem haver também com a infraestrutura da sociedade, quer dizer, com as condições materiais de vida da sociedade, com a produção e com o desenvolvimento produtivo da sociedade, então isso não se faz por decreto.
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