• Encontros com Paulo Freire
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    Entre os vários direitos que as classes trabalhadoras têm, há dois fundamentais, muito fundamentais. O primeiro deles é o de viver mesmo, de comer com alegria, é o de vestir, é o de dormir. Esses são os direitos fundamentais. Mas depois de satisfeito esses direitos, há dois direitos que simultaneamente ou simultaneamente com a satisfação deles, há dois direitos que eu acho fundamentalmente importantes. Primeiro, é o direito de saber melhor o que já sabe. O que é que significa saber melhor o que já sabe? Significa ir mais além do saber popular que essa massa guardou e aprendeu com a própria experiência. Segundo, é o direito de participar da produção direta ou indiretamente da produção do saber que ainda não existe. Esse é um degrau bem mais distante, bem mais difícil, porque, inclusive, para que isso haja, é preciso que a massa popular cada vez mais participe no sentido concreto dessa palavra, dessa expressão, o participe da própria produção, da própria política de produção da sociedade. Para isso, na sociedade burguesa é inviável e, para mim, é um sonho de uma sociedade socialista.
  • Seminário 'Reflexão sobre processo metodológico de alfabetização'
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    Essa coisa de mudar o mundo exige o saber científico sem o qual o mundo não muda. Por isso, é que um dos direitos que as classes populares têm é o direito passar do mito do senso comum para um nível da rigorosidade do saber sobre o mundo e do mundo que o senso comum não tem. Isso é um dos direitos que o povo tem. E eu chamo esse direito de saber melhor do que já sabe, o que é que significa saber melhor do que já sabe? Significa saltar do senso comum, passar pelo bom senso que é indispensável a nós todos, inclusive nós que pensamos que somos estudiosos já.
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