• Diálogos com Paulo Freire sobre Amílcar Cabral
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    Uma coisa que eu observo muito nos textos dele é, quando ele se revela um grande pedagogo da revolução como, por exemplo, quando ele analisa o que ele chamava de debilidades da cultura e é fantástico, porque, combatendo as debilidades da cultura com o povo, ele revelava, contudo, um profundo respeito do povo com as debilidades, porque ele estava convencido de que não se podiam superar as debilidades por decreto, nem por imposição, mas com a transformação da prática social que constituía a própria debilidade. E como isso não é mecânico. Ele tinha uma visão dialética fantástica. Ele sabia que era importante o trabalho de esclarecimento em torno das debilidades, para superação da própria debilidade, para uma nova prática social. E nessa luta contra as debilidades, ele sempre insistia na constituição de uma cultura científica, mas nunca foi um cientificista.
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    Uma das qualidades maiores de Cabral que ele compreendia, mas não sabia explicar. Uma coisa linda, uma maneira como ele falava, era isso mesmo, essa capacidade. E ele, para explicar essa capacidade de prever, antever, ele me disse o seguinte: camarada Paulo Freire é capaz de pensar, camarada amigo Cabral também, mas a grande diferença entre Paulo Freire e o camarada Amílcar Cabral é a seguinte: é que Paulo Freire é capaz de pensar sobre quinhentos metros em torno de si e o camarada Amílcar era capaz de sonhar com alguma coisa seis anos antes.
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    Amílcar não é apenas um cabo-verdiano guineense, é um homem da África, é um homem do mundo. Evidentemente, para que ele fosse um homem do mundo foi preciso primeiro que ele fosse cabo verdiano e guineense, e depois africano é toda essa realidade da África que o faz universal. E ele percebeu isso com muita clareza, daí, inclusive, a humildade também dele. Era de uma simplicidade extraordinária e decidido também. Há um texto dele sobre resistência cultural em que ele diz: ‘Se nós tivermos que sair e matar na luta um Tuga invasor, isto é a resistência cultural’. Quer dizer, era de uma clareza fantástica. Depois, a visão política que ele tinha da libertação, que a libertação era um ato cultural, e um fator da cultura.
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