• O simbólico e o diabólico na política: um testemunho de fé
    Clique aqui para assistir ao vídeo completo.

    Ele encarna a utopia, porque não é possível falar no meu entender em simbolismo, em diabolismo sem falar em sonho, sem falar em utopia, sem falar em desejos, sem falar em aspirações, mas também sem deixar de falar na ideologia diabólica do fatalismo que nega o sonho. E Dom Paulo representa exatamente esse gosto de sonhar, esse gosto indomável de mudar o mundo, de mudar o mundo por fazer justiça a quem vem sendo injustiçado e fazer justiça aos quem vem injustiçando. Porque não é possível justiçar apenas fazendo feliz a vida dos injustiçados, é preciso que os que injustiçaram se assumam como autores de [risos] contravenção. Tem que se assumir, em linguagem teológica seria como pecador e Dom Paulo representa isso. Eu me lembro de uma noite, aliás a história começou mais em uma tarde nos anos 70 em que Dom Paulo estava em Genebra e nos encontramos em um fim de tarde e eu fui com mais dois amigos depois de uma conversa ampla com ele, fomos ao aeroporto e ficamos lá sentados em uma sala de espera e a conversa toda ela estava cheia, molhada do sonho da libertação desse país,[comentário com a plateia] o sofrimento com que Dom Paulo falava da necessidade de intervir, de testemunhar, de lutar, de amar e vocês imaginem que a profundidade dos sonhos simbólicos foi tão grande que Dom Paulo perdeu o avião no aeroporto [risos da plateia] [descrição sobre o acontecido]. Foi uma coisa interessante que aconteceu na minha vida e na vida dele e a conversa provocadora dessa perda, não era o bem-estar dele, mas era o mal estar de muita gente nesse país por causa de quem ele brigava, no sentido que esse mal estar no mínimo diminuísse e quem mal estava pudesse sonhar com a possibilidade de bem-estar.
Parceria:
Desenvolvimento: