• Há um possessivismo. Eu não sei se lá na experiência da rede escolar do Estado essa coisa ocorre, mas há sim um possessivismo enorme das direções das escolas com relação à escola mesmo. Quer dizer, a escola vive uma propriedade privada. Mais do que uma propriedade privada, a escola é como se fosse, assim, uma espécie de continuação do ser da diretora e do diretor e, a partir daí, ninguém pode tocar num tijolo dessa escola, porque está ameaçando a propriedade, tá ameaçando o poder, tá ameaçando a paz da diretora ou do diretor e isso tá errado, ‘puxa’, não é possível! Você imagine que se o diretor ficasse aqui agora preocupado se a gente tá pisando bem nesse negócio aí pra não estragar e advertindo: ‘Olha, nivele um pouco o piso. Não encoste na parede!’. É bem enfermo. [Risos] Daqui a pouco a gente precisa de uma psicoterapia especificada para diretor de escola [Aplausos]. Agora vê, o que a gente tá querendo quando a gente pensa em mudar a escola. A gente quer uma escola que se funde na autoridade que, por sua vez, nunca seja autoritária. Uma escola que querendo bem a liberdade, rejeita a licenciosidade. Uma escola que, sendo democrática, não é democratista. Porque isto, que é outra coisa tá acontecendo também entre nós. Está havendo uma incompreensão do que é a participação, do que é um comportamento democrático. Então, e é preciso outros limites também. E a autoridade sim, se obriga a estabelecer limites. II Plenária Pedagógica com Paulo Freire
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